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26 de abril de 2025O mapeamento territorial é uma atividade extremamente importante para uma análise detalhada do espaço geográfico das cidades. A partir dos resultados obtidos, os governantes podem desenvolver as soluções necessárias para os problemas espaciais urbanos.
Com o objetivo de disponibilizar um software nesses moldes para todo o País, pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram a plataforma UrbVerde, que teve o lançamento da cobertura nacional abrangendo todos os municípios brasileiros em março, com um evento no Anfiteatro Jorge Caron da USP, em São Carlos.
Objetivos
Conforme o professor, o propósito principal da iniciativa é apoiar gestores públicos, pesquisadores e a sociedade civil na formulação de políticas que promovam a sustentabilidade urbana e a justiça ambiental. A plataforma, segundo ele, democratiza o acesso a dados e ferramentas de monitoramento, mesmo para quem não possui formação técnica.
Apesar de existirem plataformas que realizam mapeamento territorial urbano de áreas verdes, a UrbVerde se diferencia por ser gratuita, acessível e open source, ou seja, tem seu código aberto. O projeto surgiu como parte de um amplo projeto de pesquisa e extensão. De acordo com Fantin, mais de 50 pessoas – entre alunos, professores e pesquisadores de diferentes universidades – integram a rede colaborativa que aperfeiçoa a plataforma.
“A plataforma é customizável, com um olhar inovador para integrar diferentes fontes de dados, tanto oficiais quanto colaborativas. Ela foi pensada para compreender as dinâmicas do ambiente urbano e as desigualdades socioespaciais, promovendo o acesso equitativo à infraestrutura verde”, diz.
Público-alvo
Além do direcionamento a especialistas e governantes, a UrbVerde também é voltada ao público geral, que pode utilizá-la para conhecer melhor a realidade socioambiental de sua cidade, embasar reivindicações por melhorias e propor ações locais. Quanto mais diversa a rede de usuários, segundo o professor, mais valiosas serão as contribuições coletivas para o aperfeiçoamento da ferramenta.
“É fundamental que prefeitos, vereadores e gestores públicos conheçam e utilizem os dados que estamos produzindo. Estamos desenvolvendo materiais específicos, promovendo oficinas de capacitação e organizando eventos para apresentar a plataforma como aliada estratégica no planejamento urbano mais justo e sustentável”, explica o professor.
Próximos passos
Conforme Marcel Fantin, a expectativa dos desenvolvedores é de que a UrbVerde se consolide como referência no monitoramento socioambiental intraurbano no Brasil, incorporando novos dados sobre clima e eventos extremos, como inundações, e estabelecendo metodologias de análise mais robustas.
Os principais objetivos para o futuro do projeto envolvem acelerar a adaptação climática das cidades brasileiras, promover justiça ambiental em territórios vulneráveis, engajar a comunidade escolar em programas de educação ambiental e fortalecer parcerias com instituições acadêmicas e órgãos públicos.
“A meta final é fomentar uma gestão urbana mais participativa e baseada em evidências, levando os conhecimentos produzidos da Universidade para além dos muros. Através dessa ponte entre academia e sociedade, o projeto materializa o ideal de extensão universitária, transformando pesquisas e tecnologias em ferramentas acessíveis para benefício da sociedade”,esclarece.
A plataforma pode ser acessada através do site https://urbverde.iau.usp.br. A versão disponível já conta com dados espaciais que abrangem todos os municípios brasileiros.
Com informações e imagens do Jornal USP