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11 de setembro de 2024Além de impulsionar a economia do estado, a citricultura sequestra até 36 milhões de toneladas de carbono, contribuindo para reduzir o efeito estufa. O levantamento foi feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), e mostra o potencial ecológico do setor. Além disso, a produção de laranja em São Paulo já é a maior do Brasil, com cerca de 78% do total nacional.
As plantações de laranja são como florestas. Com isso, a pesquisa também mostrou que esses espaços abrigam até 314 espécies, entre aves, mamíferos, anfíbios e répteis. A maioria, 268 espécies, são aves. O levantamento constatou que 30% das espécies de ave que existem no estado de São Paulo estão presentes em plantações de laranja.
Além disso, o conjunto de laranjeiras, solo e áreas de vegetação nativa chegaram a abrigar as 36 milhões de toneladas de carbono. O cálculo considerou os pomares adultos de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro e as áreas de vegetação nativa dentro das propriedades citrícolas, que somam aproximadamente 500 mil hectares (pouco menos de 500 mil campos de futebol).
Fora isso, como não há máquinas para a colheita de laranja, trabalho que é feito por humanos, a citricultura também se destaca pelo número de empregos gerados. Em São Paulo, são mais de 200 mil postos de trabalho que a produção de laranja gera, com cerca de 50 mil colhedores contratados por ano. Assim, a sustentabilidade econômica da citricultura estimula o comércio localmente.
Destaque nacional
A produção de laranja no estado de São Paulo foi de 262 milhões de caixas de 40,8 quilos no ano passado. São mais de 10,6 milhões de toneladas em todo 2023. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
O protagonismo de São Paulo também aparece no valor de produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número ficou em R$ 10,7 bilhões em 2022. Para se ter uma ideia, o segundo estado com maior valor de produção de laranja foi Minas Gerais, com R$ 1 bilhão.
Estiagem e a produção de laranja
A previsão é que haja um declínio na safra de laranja de 2024/2025 em relação à anterior. A queda pode ser explicada pela estiagem e pelas altas temperaturas que vive o estado de São Paulo e pelo efeito do Greening, uma doença que afeta a produtividade e a qualidade da produção de laranja. Por exemplo, em 23/24, a precipitação média nas regiões do cinturão citrícola teve redução de 30% em relação à média histórica. Essa falta de água prejudicou o desenvolvimento dos pomares, especialmente os não irrigados.
Por isso, o Governo de São Paulo conta com uma série de iniciativas para apoiar a produção de laranja. Nesse sentido, há o Projeto Citrus SP Sustentável, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com o Fundecitrus. Trata-se de um conjunto de ações que, de forma abrangente, busca impulsionar a citricultura paulista, fortalecendo-a por meio de práticas mais sustentáveis, além de oferecer suporte técnico para os produtores, visando à melhoria constante do setor.